domingo, 4 de agosto de 2019

GINÁSIO DE COARACI 1960 a 1964


Falar dos momentos vividos neste Colégio é cutucar a saudade com vara curta.
Após completar a quarta e quinta série primária,para ingressar no primeiro ano ginasial (voltando àlgumas décadas) era um desafio vivido pelos alunos que tinham que passar por duas provas: uma escrita e a outra oral. Uma prova para cada matéria: Português, matemática, ciência, geografia e história, com, milhares de olhos impedindo a pesca.
 A prova oral se apresentava a minha cabeça como um monstro de sete cabeças ou uma montanha que eu teria que subir ao cume num só fôlego, desprovida de coragem para enfrentar os olhos do interrogadores que pareciam aterrorizantes. Uma ré inquirida num tribunal. 
Durante a prova oral, cada aluno, individualmente, sorteava um ponto para responder as perguntas feita pelos professores de cada matéria. Ficávamos a frente de uma mesa julgadora com vários professores olhando fixamente para o aluno. 
Há apenas três anos saíra de Itamotinga para dar continuidade aos estudos em Coaraci. Tudo era diferente, sem amigos, e de uma certa forma sofrendo uma espécie de bulinguim, por parte de alguns colegas que se sentiam superiores por morarem numa cidade em ascensão.
Havia estudado com as professoras Aline Ribeiro dos Reis, Clonisa e Aída Cunha. Inesquecíveis e adoradas mestras a quem devemos tanto, sabia que estava preparada. Mas o medo... Este nos prega tantas peças, cria fantasmas e minotauros a desafiar Teseu.
Alcançando a media final de 7,7 fiquei em quarto lugar numa distância longínqua do colega, hoje, conceituado médico, Emerson Soares. Eminho gabaritava todas as matéria atingindo o primeiro lugar.
Finalmente com o mesmo orgulho de quem vence as olimpíadas ingressei ao ginásio tendo que aturar o desdém (um trote às escondidas) das: sexta, sétima e oitava série. 
Dr. Adalto Sacramento era o diretor do Ginásio e professor de ciências. Minha dificuldade era geografia. Tremia as pernas quando o professor Capitão Leite me chamava para indicar no mapa mundial,  suspenso à parede, onde ficavam localizados  ilhas,  rios, cidades, capitais,  montanhas e oceanos. Um branco se apoderava de mim e o mapa parecia um jogo de quebra cabeça completamente disforme. Ficava sempre na segunda época em geografia. 
                                                                                                                                                                                

Recebendo o certificado da "quarta série ginasial das mãos do grande professor Capitão de Oliveira Leite.

Lembro-me perfeitamente dos meus colegas de sala: sentados à minha frente Aldemir e Moacir Tavares e, por por toda a sala, Eminho, Jorge, Catulo, Gilson, Zilda, Glanta Gil Marinho, Carmelita, Júlia, Lurdes, e etc..
Os professores: Dr. Adalto Sacramento, Dr. Paulo,  Soarinho, Leda Feitosa, Vilma Reis, Cap. Leite, Nidalvo, Nicola e muitos outros que nos abrilhantaram com o seu saber.
Os ensaios para o Sete de setembro era o mais esperado do ano. Tínhamos a oportunidade de sair diariamente para os ensaios e no dia de sábado. A gente podia driblar os pais e paquerar às escondidas.
Vinham as perguntas em casa: Que diabo de tanto ensaio é este? - Mãe, se a gente não for perde ponto nas matérias. Quem iria contestar? Só não gostava porque era a última da fila e, ao passar nas ruas, vinham as piadinhas: Olha rabadinha aí! 
Subi de cargo ao ser convidada pelo instrutor Marabá para fazer parte da banda tocando Lira. DIA INESQUECÍVEL! Adeus rabadinha!
Ah! E os teatros, as festas cívicas em que eu cantava e participava mesmo com o coração pulando pela boca.
E quando o professor faltava uma aula? Este era um momento de grande alegria e euforia. Fechávamos a porta e começávamos a  batucar as mesas, cantando e dançandor Twister e Rock n'Roll. 
Pobre Da. Pequena, pequena só no nome, com toda sua estatura aparecia aos berros, abrindo a sala e se pondo a porta nos alto dos seus 1,80. Saudades de você Pequena Grande. ou melhor: Grande Pequena!
     

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