quarta-feira, 31 de julho de 2019

MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetisação) chega a Coaraci em 1971


 O MOBRAL foi um movimento de Alfabetização de jovens e adultos implementado em 1971, durante o regime militar. Tinha como objetivo a alfabetização em massa de todo território nacional.

                                                                                                 Jailda preparando monitores:
COMISSÃO MUNICIPAL DO MOBRAL no município de COARACI: Foram escolhidas na administração do Prefeito Joaquim de Almeida Torquato (1971 à/1973), as professoras: Marly Selman e Jailda Galvão enviadas a vizinha cidade de Ilhéus, sede  do MOBRAL em todo o Sul da Bahia e da implantação do projeto em cada município.
 
A coordenação do MOBRAL era composta de: Presidente, vice-presidente, um      secretário e um tesoureiro.

Retornando à cidade de Coaraci, as professoras Marly e Jailda prepararam 60 monitoras, professoras primárias e alunas do curso pedagógico do Ginásio de Coaraci. O prefeito forneceu uma sala para a sede do Mobral. Ali, as reuniões eram feitas com a presença das autoridades locais e passadas para o Livro Ata e rubricadas pela equipe presente.

 Jailda e Marly felizes com o sucesso do Mobral                                                                                                                    

O MOBRAL estava presente em todo o país através de todos os meios de comunicação com cartazes, outdoor, propagados em  rádios, televisões e em toda imprensa. 
Tinha como objetivo, além da alfabetização e do curso primário (hoje, fundamental) repassar os seguintes  valores:
O desenvolvimento da a auto confiança, da solidariedade, do respeito ao próximo, dos direitos e deveres em relação a família,  ao trabalho e a comunidade; possibilitar a ampliação da comunicação social, aprimorando a  linguagem oral e escrita;  desenvolver a capacidade de transferência de aprendizagem, aplicando os conhecimentos adquiridos em situações de vida prática; propiciar o conhecimento, utilização e transformação da natureza pelo homem, estimular as formas de expressão criativa entre tantas outras."   Cada monitor buscava motivar suas aulas buscando elementos mais próximos a realidade dos alunos. Exemplo: A utilidade do tijolo, dos instrumentos agrícolas, peças do vestuário, folclore, instrumentos musicais, etc., mostrando assim, a importância de cada  ser humano na construção de um país.               



Cada professor preparado e cadastrado emprestava um espaço em sua própria casa ou em sua fazenda aonde era montado uma escola de alfabetização.  Além da remuneração, recebia giz, quadro negro, materiais didáticos, tais como: livro texto, livro glossário, livros de exercícios de matemática, de português, livro do professor e conjunto de cartazes contendo elementos motivadores.

Era bonito e gratificante ver o trabalhador rural, após um dia extenuante de trabalho, adentrar a escola mais próxima, depois de caminhar léguas trazendo no rosto o sorriso da esperança e na alma a certeza de ser alfabetizado.  

No dia 22 de outubro de 1971, no clube social de Coaraci houve uma festa comemorativa ao término da primeira etapa do MOBRAL: Compareceram autoridades locais e a sociedade coaraciense, com apresentação de folclore, capoeira, pila do café, dança de candomblé, com a participação de professores e alunos e pessoas da cidade.

Promotora Dra. Maria do Carmo Caribé enaltecendo a criação e o cunho social do projeto. Ao lado Dr. Mário Albiani, Joaquim Torquato - prefeito local-, Dr. Raimundo Baracho, Pa. Jessé Maria da Silva, professora Irene Fitae o público assistente.  

 






     



Dr.RaimundoBaracho discursando, ao lado, Dr. Mário Albiani, Joaquim Torquato, fotógrafo e radialista cobrindo todo o evento, Dra. Maria Caribé, Professor Pa. Jessé Maria da Silva, palestrantes da noite. 








Após a fala das autoridades presentes deu-se início a apresentação dos alunos, professores e pessoas da sociedade local,  enaltecendo o nosso folclore; apresentação de capoeira  e dança do candomblé ao som de tambores e cânticos.


 


Em 1973, por motivos de força maior, as professoras Marly Selman e Jailda Galvão deixaram a coordenação do MOBRAL que foi assumida pela  professora Normas Chagas. 

Fotos extraídas do Google e do acervo de Jailda Galvão Aires.
Rio, 01 de agosto de 2019 
OS: Nas minhas memórias conto as histórias vividas sem julgamento algum. 

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